Peça teatral “Marginália” na XVI Mostra Cênica do Programa de Extensão Engenho de Composição

Domingos Ailton

Alunos dos cursos de licenciatura em Teatro e Dança da Uesb – Campus de Jequié apresentaram espetáculos cênicos  no período de 16 a 22 de maio, durante a XVI Mostra Cênica do Programa de Extensão Engenho de Composição.

Dias 16 e 17 de maio, a turma do IV semestre em licenciatura em Teatro apresentou o espetáculo Marginália, no Centro de Cultura  de Jequié. Já dias 18 e 19, o espetáculo Aimó foi encenado no Bosque Borda da Matsa pela turma do IV semestre em licenciatura em Dança. Interfaces poéticas com cenas curtas, performances, instalações artísticas e debates foram realizados no Centro de Cultura  de Jequié dia 20.

“Sobre Desejesos e Quereres”. Este foi o título da apresentação cênica do II semestre em licenciatura em Teatro dias 21 e 22. No dia 23 de maio ocorreu um debate intitulado “Diálogos da Cena”, a respeito dos espetáculos apresentados na a XVI Mostra Cênica do Programa de Extensão Engenho de Composição.

A peça “Marginália” foi produzida pelo 4º semestre de Licenciatura em teatro da UESB sob direção do professor Francisco André como parte da Estágio em  interpretação Teatral II: Rupturas, Vanguardas e Referências Contemporâneas. 

O processo de montagem teve como base 3 textos do dramaturgo brasileiro Plínio Marcos, são eles: Dois perdidos numa noite suja, Navalha na carne e O abajur lilás. A encenação  foi dividida em quadros contando a história dos personagens dessas três dramaturgias de forma separada, apesar de serem unidos pelo universo marginal que permeia todo o espetáculo.

A dramaturgia teve no elenco os alunos/atores Thami Hull, Mariana Caroline, Iamara Dourado, Wilma Meira, Iamara Dourado, Wilma Meira, Jean Carlos, Cícero Moreira, Ícaro Silva e Vinícius Nunes

A aluna e atriz Thami Hull concedeu o seguinte depoimento para a Revista COTOXÓ:

“Fazer Neuza Sueli não foi tarefa fácil. Plínio Marcos traz nas obras escolhidas para a peça “Marginália” traços fortes de misoginia, machismo e homofobia e se fosse por escolha eu jamais o escolheria como autor principal para um processo de criação cênica. Apesar disso, foi uma construção extremamente sensível, forte e transformadora pra mim. Navalha na carne é uma porrada bem no meio da cara da sociedade e por vezes durante algumas sessões, essa porrada provocou o riso, mas não o riso debochado de quem acha graça no que vê e ouve, e sim, o riso de desespero diante da complexidade psicológica da personagem, diante da ofensa que a contracultura por vezes nos provoca. 

“Isso não é engraçado”, uma frase fora do texto e do contexto, dita por mim algumas vezes para a plateia. Uma frase saída lá do fundo do peito, pra mostrar que não se ri da dor e da humilhação do outro. Nem nos palcos.”

 

Os créditos das fotos são para Verônica Nascimento
E a iluminação do espetáculo foi feita por Ney Senna

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