Ego e a dor

Ego é uma parte da tríade da estrutura psíquica na interpretação freudiana. O ego é responsável pela diferenciação que o indivíduo é capaz de estabelecer entre seus processos internos e a realidade. Para Freud, o ego baseia-se que todo evento psíquico é determinado por eventos anteriores, ou seja, não há acasos. O ego também se baseia na existência do inconsciente, que se manifesta de diferentes modos na vida mental.

Egocêntria é a qualificação do indivíduo que quer ser o centro das atenções. O egocentrismo é uma exagerada exaltação da própria personalidade. A pessoa egocêntrica se envolve tanto com seu eu e seus interesses que se torna incapaz de se colocar no lugar do outro e ainda são dispostos a deixar que o outro sofra suas dificuldades sem o ajudar. Fingem perante e si e o outro, fugindo da realidade com medo de ferir suas exigências.

A dor entre os sofrimentos é o mais debilitante, física e emocionalmente. Quando há dor, o corpo lateja e a mente foca no sofrimento.

Tudo na nossa vida é criado por nós mesmos, é um padrão de comportamento humano.

Essas perguntas podem levar a outras e auxiliar na reflexão. Responda sinceramente:

  • 1 Para que serve essa dor?
  • 2 O que eu ganho com ela?
  • 3 O que eu perco com ela?

Há sempre um motivo que lava a dor: chamar atenção de familiares ou da pessoa amada, pois assim seremos cuidados (Ego) ou para aprendermos a respeitar o limite do corpo e sabermos a hora de dizer “não”, de parar, de descansar, de abandonar um mau hábito, ou para demostrarmos que somos fortes e que suportamos uma dor ou ainda para não fazer algo que não se quer fazer.

Cada um cria um motivo para a dor que pode ser momentânea ou persistente.

A cura pode vir por analgésico, com terapias ou com a mudança de crenças negativas.

É preciso apender a conquistar a atenção das pessoas sem utilizar a dor como desculpa, aprender a dizer “não” e a parar obedecendo a necessidade do corpo.

É importante aprender que é possível viver sem dor, aquela dor familiar (hereditária), para buscar sempre o médico e o remédio.

Notem que a dor está relacionada com o Ego (egoísmo) quando alguém contrai um dor para atrair pessoas para si, tornando-se até refém dessa dor por toda a vida.

Com a doença também acontece de pessoas não quererem a cura para ocupar, incomodar e ter por perto o outro, escravizando-o e impedindo que esse possa gozar a liberdade de vida própria.

Tenho relatos de pessoas que cuidaram de entes familiares por muito tempo sem direito a cuidar do seu próprio corpo e ter que abdicar de seus sonhos e projetos enquanto esteve do lado do enfermo que não queria a cura nem a morte.

Uma oriental sofria de um câncer curável do qual vinha sendo tratada e não apresentava melhoras. Submetida a terapia, ela declarou que não queria curar-se para não perder os cuidados do esposo que antes, dava mais atenção ao trabalho que a ela e se ela ficasse boa ela a abandonava novamente. Imaginem como o Ego está dominante!

Dez por cento dos eventos e acidentes que acontecem na nossa vida, não dá para controlar, mas noventa por cento pode ser evitado e ou controlado por nós, é só uma questão de disciplinar a nossa mente.

Antes de cozinhar o feijão por exemplo, escolhermos os grãos perfeitos e os grãos estragados descartamos. Assim também, podemos olhar atentamente para tudo de bom que nos cerca, tudo o que dispomos, tudo o que conquistamos e agradecer, sem lamentar pelo que não temos ou perdemos.

Faço agora um convite à reflexão das nossas dores e sobretudo a busca por uma terapia a fim de descobrir o que pode estar escondido dentro do nosso inconsciente que nos leva a nos boicotar ou a nos apropriar da vida das pessoas que nos amam.

Dalva Rebouças
Psicanalista Clinico e Thetahealling
(73)98847-4143

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